domingo, 28 de março de 2010

Quando falamos em leitura, pensamos logo no processo de alfabetização, compreensão e interpretação de palavras. Porém, leitura é muito mais que decodificar palavras, é ler o mundo das imagens, dos símbolos, das relações e dos sentimentos. Paulo Freire afirmava que a leitura de mundo antecede a leitura da palavra e caracteriza-se pelas relações entre o indivíduo e tudo aquilo que o cerca.

Como leitor, o ser humano constrói-se como agente de sua própria história. Para isto, a leitura de mundo, de tudo aquilo que Deus criou (Sl 19), é essencial para o desenvolvimento da sua fé. Com o auxílio do Espírito Santo, a leitura torna-se viva, ampliando a visão do leitor.
Para o cristão, é importantíssimo conhecer o registro da palavra da verdade, que é a Palavra de Deus, a Bíblia. Ela é um livro especial que traz os princípios da fé do povo de Deus através dos tempos. A manifestação divina mostra-se ativa no desenvolvimento do ser humano e esta interação, do ser com o Divino, através da leitura de mundo e da leitura da palavra, resultará na construção de atitudes significativas para a vida cristã.
O hábito da leitura exige esforço e reflexão, mas não deixa de ser fonte de prazer, visto que o que prevalece é a troca de idéias entre o autor e o leitor (Nm 8.1-8). O registro da palavra de Deus nos oferece exemplos da importância do ato de ler. Crianças judias, desde a tenra infância, eram levadas a amar a Palavra (Pv 4.1-10). Quando adolescente (Lc 2.42-51), Jesus mostrava capacidade não só para citar passagens bíblicas, como depois de adulto ainda citá-las com extrema rapidez (Lc 4.16-17). Paulo de Tarso, mesmo idoso e encarcerado (II Tm 4.13), não se esquecia de suas leituras, deixando-nos um exemplo de determinação e coragem.
Formar leitores assíduos e interessados é o grande desafio de todo educador de EBD e de Escola Teológica, visto que o incentivo à leitura é o caminho para fixar no coração do ser humano as verdades acerca da fé e da fidelidade. Para alcançar seus objetivos, deverá adotar metodologias específicas para cada departamento da igreja ou faixa etária.
Primeiramente, é importante, que o educador ame a leitura e seja um ávido leitor, por que somente assim, terá condições práticas para estimular a leitura. Posteriormente, poderá utilizar recursos como contação ou narração de histórias para grupos de crianças (fantoches, flanelógrafo, maquete, dobradura, dramatização,...).
Para grupos de adolescentes e jovens, o educador poderá utilizar leitura compartilhada, procurando relacionar com o contexto do educando, como também troca-troca de livros, onde todos poderão participar de acordo com as suas preferências.
Para grupos de adultos ou Escola Teológica, o educador poderá formar um bate-papo entre leitores, onde a sua função será de estimular a interação do leitor com o escrito, chamando a atenção para elementos não percebidos no texto, desencadeando assim o ato interpretativo.
Logo, formar leitores, não é simplesmente decodificar símbolos e manipular palavras, é antes de tudo, estimular a ler o mundo e através das interações de leitura conhecer a Deus. Esta interação despertará novos ideais, trará contentamento e o desenvolvimento espiritual do ser humano, porquanto a sabedoria entrará no coração e o conhecimento será agradável à alma (Pv 2.10).

Boas Leituras!!

Texto de Angela Cristina Hammann

PESCANDO ADOLESCENTES!

Quem observa a tranqüilidade de um barco ao mar e o som do vento a bater na linha de um anzol não imagina a rotina exaustiva e arriscada que os pescadores enfrentam.
Antes mesmo de o sol nascer, muitos já pegaram suas canoas ou barcos para se aventurarem em alto mar, mas a hora da volta para casa é uma incógnita a cada dia.
Esta vida, regada de esforço, sacrifício e persistência tem chamado a atenção de inúmeros antropólogos e estudiosos na construção de pesquisas relacionadas ao ato de pescar.
Cristo, o maior Mestre, utilizou-se da figura do pescador para dar ênfase a um chamado específico: o de pescar gente (Mt 4.19).
Evangelizar, discipular e educar adolescentes também faz parte deste chamado. A missão do educador, neste contexto, é promover uma prática educativa plena, tendo como propósito alcançar (pescar) a mente e o coração do adolescente através da palavra de Deus. Mas como ter êxito nesta “pesca”? Como levar os adolescentes a uma vida cristã saudável e produtiva?
Na verdade, ninguém sabe com precisão como pescar, ninguém além Daquele que criou os peixes. O aperfeiçoamento em uma pescaria, (ação pedagógica – ato de discipular/educar) só se dará através da prática. E o sucesso da prática nesta pescaria se dará se seguirmos os termos de Cristo.
O ensino de Cristo prezava pela totalidade do ser humano, primando por uma educação libertadora. Visava integrar o ser, valorizando-o como parte do todo e estimulando os pecadores a refletirem e a mudarem a sua postura baseados na fé.
Ao refletirmos sobre uma prática pedagógica que vise alcançar o adolescente como um todo, devemos observá-lo e entendê-lo em todo o seu contexto de vida, seja espiritual (o seu conhecimento sobre Deus) ou física (características de personalidade e contexto sócio - histórico).

Nessa perspectiva, é possível compreender a adolescência como sendo constituída socialmente, a partir das necessidades sociais, econômicas, espirituais e das características que vão se constituindo no processo que chamamos de vida.

É importante ressaltar que esta visão e ação de Cristo não é comum a todos. Grande parte das linhas teóricas vigentes em nossa sociedade é pautada na generalização de estereótipos, enfatizando e destacando somente marcas ou características do corpo do adolescente, ignorando outros fatos, como a vida espiritual, que também fazem parte desta fase da vida.
Assim sendo, não existe uma prática padrão para pescarmos/discipularmos adolescentes, mas existem estratégias que podem ser consideradas como utilitárias para o crescimento do Reino de Deus.
A estratégia de Cristo era relacionar a verdade com a vida e pregar a praticidade nos seus ensinamentos. Ele ensinava como viver uma vida com Deus.
Seguindo seu exemplo, a pescaria/discipulado de adolescentes deve ser relacionado com o cotidiano dos mesmos e produzir mudanças no seu estilo de vida. Para isso é necessário sentir as necessidades daqueles a quem desejamos discipular. Conversar, dialogar, ser amigo, “gastar tempo” ouvindo, são estratégias simples que dão ótimos resultados. Para Paulo Freire, é através das relações dialógicas, da conversa, da troca de idéias, que o sujeito, a saber os adolescentes, tem a possibilidade de sair do estágio de transição de consciência ingênua para o estabelecimento da consciência crítica sobre si e sobre a realidade, de forma a realizar intervenções sobre ela. Ou seja, ao participar ativamente da vida cristã, fazendo escolhas, expondo idéias e sonhos, estudando e estabelecendo relações com a Palavra, o adolescente assumirá o papel de um verdadeiro cristão e será um agente transformador da sociedade em que vive.

Texto adaptado

ESTOU PENSANDO EM ENSINAR. E AGORA?



Por onde devo iniciar?
Como? Quando?
Por quê?
São múltiplos os questionamentos, escolhas e desafios para quem inicia na arte de educar pessoas. As Escrituras auxiliam-nos a entender sobre o que é ensinar e o que pode representar na vida do educador.
No Antigo Testamento, onze palavras hebraicas diferentes são traduzidas por “ensinar” ou “instruir”. A principal palavra é “lamath” e conforme a sua referência é traduzida como ensinar ou aprender. Para tanto, ensinar significa “estimular o aluno a ser capaz de imitar ou de aplicar na vida prática o que ele acaba de saber”. Como por exemplo, em Deuteronômio 5:1 e Salmo 32:8. No Novo Testamento, a principal palavra para ensinar é “didasko”. Traduzida também como “ensino”, “doutrina”, “professor”, “mestre”. Enfatiza o aprendizado através da experiência e do envolvimento. Como por exemplo, em Efésios 4:21, Colossenses 1:28, 3:16 e II Timóteo 2:2. Diante disto, pode-se afirmar que, ensinar é ajudar outrem a entender, aprender, absorver algo que não havia apreendido ou compreendido, visando uma mudança no pensamento, no sentimento e na ação.
Alguns conceitos educacionais são descritos por Sam Doherty, como princípios fundamentais do ato de ensinar. Destacam-se alguns pontos fundamentais:
*Princípio da Dedicação: Determina QUEM deve ensinar (Dt 4:9). O ensino eficiente exige dedicação (santificação, consagração, separação) a Deus por parte do educador.
*Princípio da Motivação: Enfatiza o PORQUÊ de ensinar (Dn 12:3). O ensino eficiente exige que o educador esteja motivado para seu ministério.
*Princípio da Definição: Exemplifica O QUE o ensino é. O ensino eficiente depende de uma compreensão clara do que o ensino é e representa. (Sl 32:8 - Ef 4:21)
*Princípio da Iluminação: Indica COMO nosso ensino deve ser eficiente. O ensino depende da iluminação do aluno por parte do Espírito Santo (Jo 16:8 – I Co 2:13).
*Princípio do Bom Fundamento: Mostra ONDE encontramos a mensagem que ensinamos. O ensino eficiente está fundamentado na Bíblia, a Palavra de Deus. (II Tm 3:16 – II Pe 1:21)
*Princípio da Intercessão: Lembra da responsabilidade de vivenciar o ensino na oração. (Tg 5:16 – Lc 11:9-10)
Que estes conceitos referentes às verdades do ato de ensinar, possam encontrar guarida no coração de educadores que se dedicam ao ministério de educar pessoas para o Reino de Deus.
Texto de Angela Cristina Hammann - adaptado

Seu carinho me anima a prosseguir.

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